Avançar para o conteúdo principal

Dica para a Paz de Espírito: Será o Outro o problema?

Com toda a certeza devo ter aprendido esta dica num dos cursos que frequentei. Ou isso, ou é algum mecanismo avançado do meu cérebro que juntou várias informações e saiu-se com esta: como solucionar conflitos com aquela pessoa que nos toca em todos os maus botões?

É SÓ TROCAR DE PESSOA.

Calma! Não estou a dizer com isto para deserdarem os vossos filhos, renegarem os vossos pais ou acabarem com as "outras metades", estou a referir-me a trocar a pessoa na situação, substituindo essa pessoa, no vosso esquema mental, por outra pessoa, seja uma amiga, um conhecido, ou o vizinho do 3º esquerdo que está sempre a cantarolar a "always look on the bright side of life! Taram taram taram taram".

No meio do fervor de uma discussão, com o sangue na guelra e os olhos esbugalhados, perdigotos pelos ares, é difícil fazer uma simples pergunta: Se isto (o motivo da discussão) tivesse acontecido/sido feito por OUTRA PESSOA , estaria EU a reagir assim? Vão ver que muitas vezes vão responder que não, que se fosse outra pessoa a ter "errado", que não aquela que tanto vos aperta os botões, provavelmente levariam tudo de ânimo mais leve.

Vejamos: Uma amiga não responde de imediato a uma mensagem via SMS. - não vem mal ao mundo.
               O namorado não responde de imediato a uma mensagem via SMS. - todo um drama.
     
               Uma amiga dá um conselho mais brusco. - podemos rabujar, mas não vem mal ao mundo.
               A mãe dá um conselho mais brusco. - todos os pilares se abanam.

Bem sei que cada pessoa tem o seu lugar na nossa vida, bem hierarquizado, mas a verdade é que quanto mais importantes são as pessoas para nós, mais tolerantes devemos ser, não? Se lhes temos mais amor, porque tendemos a ser-lhes mais críticos?

Isto dito, proponho(me) utilizar a imaginação para desdramatizar e pensar a situação como se ela acontecesse com outros intervenientes, como um filme em que escolhi mudar os actores. Vou, depois desta mudança de elenco, verificar se as minhas emoções e reacções são menos tóxicas para mim e para os outros. Se o forem, já não é mau, certo?!

Desta forma percebo que afinal o erro não está na outra pessoa, nem em mim, mas na interpretação que eu faço e ela faz da situação. Tudo fica mais leve, quando percebemos que muitos dos problemas são meramente interpretativos, limitados a contextos que não nos definem totalmente (e muito menos exclusivamente), e também não definem os outros. Uma simples mudança, talvez nos faça perceber que o Amor Próprio e ao Próximo deve ser sempre mais forte do que qualquer filme.


Bora lá ser fantásticos!
Imgem retirada do Google





Comentários

Mensagens populares deste blogue

Sobre o Caso Ronaldo

Quem me conhece sabe que não sou uma Feminista. Posso até parecer, por considerações do público geral, mas não sou nem me considero. Sou, sim, indubitavelmente Humanista e muito orgulhosa de ser Mulher. Não aceito o conceito de sexo fraco e muito menos a sensação de impotência que muitas vezes vem associada à palavra " vítima ". Não defendo quem acha que todo o flirt é assédio, nem uso tshirts com hashtags porque para mim cada caso é um caso e tornar um acontecimento numa tendência e uma tendência numa certeza absoluta nunca levou nada a lado nenhum que representasse uma real e profunda mudança de comportamentos.  Nunca como hoje se falou tanto de violência sexual, mas apesar de nos inícios dos movimentos sociais que por aí andam, como uma onda de mudança, tanta coisa boa e válida se ter dito, parece que agora novas marés trazem lixo generalista , daquele que envenena as boas causas. Isto dito, espero que não surjam equívocos sobre o que vou falar. Do caso em si p...

A Cusca Explica #1 - Porque é que as mulheres vão à casa de banho juntas?

Antes de mais, acho importante explicar de onde nasce esta rubrica... sabem, sou uma daquelas pessoas paranóicas que tem de encontrar justificação para tudo e assim sendo as pessoas tendem a perguntar-me de tudo um pouco e mesmo que não perguntem é mais forte do que eu: eu tenho de explicar.  Claro está que juntamente com esta minha mania das "ai isso é porque" também vem uma boa dose de imaginação fértil e tresloucada que dá origem a pérolas de conhecimento dignas de louvores. Aviso desde já que são explicações fictícias...melhor não usarem isto em exames de Sociologia, ´tá? Feitas as apresentações, vamos à pergunta do dia de hoje: Porque é que as mulheres vão à casa de banho juntas? Ora, nos tempos idos do Homo Erectus, nos primórdios da criação das pequenas comunidades sociais, as mulheres (fêmeas) eram responsáveis pela recolha de frutos e vegetais bem como pelo cuidar das crianças. Imagina-se, portanto, que andassem em conjunto em todas as situações, para apoio e segura...

Sobre o Casamento e a Maternidade (parte 2)

Ui... agora é que o caso se torna mais grave... Se escolher não casar já causa celeumas diversas, escolher não ter filhos eleva as discussões a um nível mais profundo. Luta pelo direito a frequentar os mesmos espaços que os homens, luta pelo direito ao voto, luta pela igualdade de direitos e condições de trabalho, luta, inclusive, pelo direito de poder escolher continuar ou terminar uma gravidez, mas e então a luta pelo direito de escolher não ter filhos sem sofrer represálias sociais ou familiares? É sobre essa que falamos hoje. A sociedade programa as mulheres para viverem no limbo entre a emancipação e a tradição. Exige de nós que sejamos suficientemente independentes para alimentarmos a economia, ao mesmo tempo que exige que continuemos a ser as principais cuidadoras do lar e das crianças. Mulher que cuida da casa e do marido é quadrada, antiquada, mas mulher que não passa a ferro e não cozinha é quase inútil. Mulher que trabalha muito é má mãe, mulher que não trabalha é pre...