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Mensagens

Sobre o Caso Ronaldo

Quem me conhece sabe que não sou uma Feminista. Posso até parecer, por considerações do público geral, mas não sou nem me considero. Sou, sim, indubitavelmente Humanista e muito orgulhosa de ser Mulher. Não aceito o conceito de sexo fraco e muito menos a sensação de impotência que muitas vezes vem associada à palavra " vítima ". Não defendo quem acha que todo o flirt é assédio, nem uso tshirts com hashtags porque para mim cada caso é um caso e tornar um acontecimento numa tendência e uma tendência numa certeza absoluta nunca levou nada a lado nenhum que representasse uma real e profunda mudança de comportamentos.  Nunca como hoje se falou tanto de violência sexual, mas apesar de nos inícios dos movimentos sociais que por aí andam, como uma onda de mudança, tanta coisa boa e válida se ter dito, parece que agora novas marés trazem lixo generalista , daquele que envenena as boas causas. Isto dito, espero que não surjam equívocos sobre o que vou falar. Do caso em si p
Mensagens recentes

Sobre o Casamento e a Maternidade (parte 2)

Ui... agora é que o caso se torna mais grave... Se escolher não casar já causa celeumas diversas, escolher não ter filhos eleva as discussões a um nível mais profundo. Luta pelo direito a frequentar os mesmos espaços que os homens, luta pelo direito ao voto, luta pela igualdade de direitos e condições de trabalho, luta, inclusive, pelo direito de poder escolher continuar ou terminar uma gravidez, mas e então a luta pelo direito de escolher não ter filhos sem sofrer represálias sociais ou familiares? É sobre essa que falamos hoje. A sociedade programa as mulheres para viverem no limbo entre a emancipação e a tradição. Exige de nós que sejamos suficientemente independentes para alimentarmos a economia, ao mesmo tempo que exige que continuemos a ser as principais cuidadoras do lar e das crianças. Mulher que cuida da casa e do marido é quadrada, antiquada, mas mulher que não passa a ferro e não cozinha é quase inútil. Mulher que trabalha muito é má mãe, mulher que não trabalha é pre

Sobre o Casamento e a Maternidade (parte 1)

Não sou casada e não planeio casar. Não sou mãe e não planeio ser. Nunca brinquei com nenucos, pelo menos não que me lembre saudosamente. Também nunca babei frente à loja de noivas ou sequer suspirei perante fotos de bebés gordos. Nunca fiz uma lista de desejos para o casório, muito menos imaginei um filho meu nos braços do meu marido, porque para isso seria preciso imaginar um marido, coisa que também não fiz. Tudo isto não faz de mim menos mulher, menos pessoa e não quer dizer que não goste de crianças, que seja má e tantas outras coisas que tanta gente diz a quem escolhe como eu escolhi. Por isso, porque estou nos 33, porque tenho muitas amigas que têm de lidar em modo repeat com as perguntas "então, já casaste?" e a "e filhos?" apenas para depois serem olhadas de soslaio, achei por bem falar sobre isto porque nunca se sabe se alguma mulher na casa dos trinta, que visite aqui o estaminé, possa estar a passar pelo mesmo.  Primeiro, vamos lá falar sobre

Não Quero Ser Feliz.

A Felicidade transformou-se num bem de consumo. Capitaliza-se a palavra, como se fosse uma marca. Coloca-se o Ser Feliz na vitrine das redes sociais e nas estantes do mercado de bairro da moda, no rótulo de tudo o que nos impingem para comprar. Feliz é quem mostra amostras de Felicidade barata, lowcost, com filtros Pop. Ora, então, não quero Ser Feliz. A Felicidade vem em pacotes. Vem de avião na foto da praia #blessed . Dizem até que a Felicidade vem nos pratos de comida, como acompanhamento, entre as batatas e o arroz. Vejo a Felicidade por aí, espalhada, dispersa em Feminismos #beyourself , lado a lado com a mesma Felicidade que diz que ser fit é que é, porque os magros são Felizes... mas os gordos também...porque se aceitam...fazem bem...mas eu vou para o ginásio tirar umas selfies no espelho #workhardplayhard ... mas ser gordo é Ser Feliz, se partilharmos fotografias das estrias e da celulite... Senão não é Ser Feliz, é só ser gordo. Ora, então, não quero Ser Feliz. A Felicidade

A Cusca Explica! #3 - O Mistério das Malas Femininas (part 2)

Olá malta fantástica! Continuamos a desbravar mistérios por aqui! Ora, antes explicámos um fenómeno quasi-mágico de como tudo cabe dentro de uma mala de mulher, mas agora falta explicar o grande mistério de para onde raios é que vão as coisas que nós enfiamos lá dentro?  Atire a primeira pedra quem nunca passou uns bons minutos a fazer uma fila atrás de si enquanto ansiosamente estava à procura do porta-moedas, ou do passe do metro? Quem não? Quem? Pois. Já para não falar daquele momento em que precisamos de uma caneta como se fosse água num deserto, sabemos que temos umas mil canetas na mala... MAS NÃO ENCONTRAMOS NEM UMA! E a que encontramos OBVIAMENTE  não escreve porque já está escondida na mala há para lá de uma década.  É desesperante.  Nada temam que eu estou aqui para ajudar! Portanto, digo-vos desde já que a culpa é do Harry Potter . O que vocês não sabem (porque eu ainda não vos tinha contado) é que o Harry era amigo colorido da Alice, aquela que foi ao País das Maravilhas.

A Cusca Explica! #2 - O Mistério das Malas Femininas (part 1)

Um dos mistérios mais bem guardados da Humanidade, para o qual não há explicação aparente (até agora!), é o seguinte: como é que as mulheres conseguem guardar tantas coisas nas malas e para onde é que essas coisas vão quando as mulheres as procuram nessas mesmas malas? Ela é chaves, escovas para o cabelo, cuecas, telemóvel, tampões, pensos higiénicos, carteiras, maquilhagem, o PIB nacional em tostões, bolachas, recibos datados de 2000 a.C. ... podia ficar aqui o dia todo a listar as mais variadas coisas que as mulheres enfiam entalam organizam dentro das suas pequenas malas de ombro. Vamos lá então à primeira parte deste mistério: como porra é que cabem lá tantas coisas? Passo a explicar... A culpa é da Alice que esteve no País das Maravilhas . O que muitas pessoas não sabem é que a Alice era uma miúda irritantemente desarrumada e andava sempre com uma mala de mão atrás dela enquanto brincava nos jardins da sua casa. Nessa mala guardava de tudo desde escaravelhos a flores secas e i

A Cusca Explica #1 - Porque é que as mulheres vão à casa de banho juntas?

Antes de mais, acho importante explicar de onde nasce esta rubrica... sabem, sou uma daquelas pessoas paranóicas que tem de encontrar justificação para tudo e assim sendo as pessoas tendem a perguntar-me de tudo um pouco e mesmo que não perguntem é mais forte do que eu: eu tenho de explicar.  Claro está que juntamente com esta minha mania das "ai isso é porque" também vem uma boa dose de imaginação fértil e tresloucada que dá origem a pérolas de conhecimento dignas de louvores. Aviso desde já que são explicações fictícias...melhor não usarem isto em exames de Sociologia, ´tá? Feitas as apresentações, vamos à pergunta do dia de hoje: Porque é que as mulheres vão à casa de banho juntas? Ora, nos tempos idos do Homo Erectus, nos primórdios da criação das pequenas comunidades sociais, as mulheres (fêmeas) eram responsáveis pela recolha de frutos e vegetais bem como pelo cuidar das crianças. Imagina-se, portanto, que andassem em conjunto em todas as situações, para apoio e segura