a mim e a muitas pessoas provavelmente.
Apesar da polémica do vídeo, acho que este expressa de forma dolorosamente magnifica um dos maiores desafios das relações humanas: como amar os fantasmas das pessoas que queremos na nossa vida?
Quando iniciamos uma relação, ficamos enamorados das belezas, fascinados pelos valores, hipnotizados por aquilo a que costumo chamar "a leveza do começo". Tudo é um borbulhar de emoções à flor da pele e até a dor da saudade é boa. Encontramos maravilhas na ansiedade da perda e na esperança de futuros incertos.
Depois começam as infiltrações. Pequenas manchas de bolor nos tetos dos relacionamentos. Demónios que reviram olhos durante as discussões. Questionamos: Mas quem é esta pessoa?... Muitas vezes culpamos as nossas escolhas e ações, outras tantas colocamos todo o peso da responsabilidade no outro.
Digo-vos quem é essa pessoa: é o Seu Passado em luta com o Nosso Passado.
Simples. Muitas vezes não discutimos com quem amamos, mas sim com o pai violento dessa pessoa, com a sua mãe ausente, com a ex-namorada que o traiu, com o ex-marido que lhe batia... Discutimos com fantasmas e traumas que tantos carregam aos ombros.
Discutimos com a criança de infância perdida e com o adulto que por consequência não se compromete. Lutamos contra espectros que desconhecemos e que apenas se revelam em momentos inesperados em que nos batem com luvas negras que nem sabemos a que mãos pertencem.
Depois os nossos monstros debaixo da cama, as necessidades que nasceram de faltas passadas. Buracos que já tínhamos, cobertos de folhas, em que alguém sem saber (tão bem disfarçados que estavam) cai. Soltamos feras e fazemos exigências, deixamos de reconhecer a pessoa ao espelho. Somos olheiras de expectativas frustradas e noites perdidas a tentar compreender o que apenas devíamos fazer o esforço por aceitar e libertar.
Por isso é que esta música, este vídeo, me diz tanto.
Não somos todos um pouco aquela criança, em adultos agora, a lutar contra quem amamos, porque a confiança (em nós e nos outros) dói demais? Não estarão as pessoas que nos amam, tal como nós, a carregar em ombros nus pesos que deveríamos ter largado há tanto tempo? Quantas vezes escolhemos remexer no que cheira mal, apenas para ter a certeza de que tínhamos uma razão que nos é inútil?
Vivemos numa jaula de emoções...às vezes deixamos alguém entrar e a luta começa. Se ambos aprenderem, entre feridas e mordedelas, que têm mais a ganhar se se apoiarem em vez de se carregarem, é Felicidade. Senão...a saudade que era boa passa a ausência, a perda ansiosa a desilusão e o futuro que era esperança a memória triste.
Vamos amar(mo-nos) mais e quebrar o ciclo.
Tem de ser.
Agora.
Apesar da polémica do vídeo, acho que este expressa de forma dolorosamente magnifica um dos maiores desafios das relações humanas: como amar os fantasmas das pessoas que queremos na nossa vida?
Quando iniciamos uma relação, ficamos enamorados das belezas, fascinados pelos valores, hipnotizados por aquilo a que costumo chamar "a leveza do começo". Tudo é um borbulhar de emoções à flor da pele e até a dor da saudade é boa. Encontramos maravilhas na ansiedade da perda e na esperança de futuros incertos.
Depois começam as infiltrações. Pequenas manchas de bolor nos tetos dos relacionamentos. Demónios que reviram olhos durante as discussões. Questionamos: Mas quem é esta pessoa?... Muitas vezes culpamos as nossas escolhas e ações, outras tantas colocamos todo o peso da responsabilidade no outro.
Digo-vos quem é essa pessoa: é o Seu Passado em luta com o Nosso Passado.
Simples. Muitas vezes não discutimos com quem amamos, mas sim com o pai violento dessa pessoa, com a sua mãe ausente, com a ex-namorada que o traiu, com o ex-marido que lhe batia... Discutimos com fantasmas e traumas que tantos carregam aos ombros.
Discutimos com a criança de infância perdida e com o adulto que por consequência não se compromete. Lutamos contra espectros que desconhecemos e que apenas se revelam em momentos inesperados em que nos batem com luvas negras que nem sabemos a que mãos pertencem.
Depois os nossos monstros debaixo da cama, as necessidades que nasceram de faltas passadas. Buracos que já tínhamos, cobertos de folhas, em que alguém sem saber (tão bem disfarçados que estavam) cai. Soltamos feras e fazemos exigências, deixamos de reconhecer a pessoa ao espelho. Somos olheiras de expectativas frustradas e noites perdidas a tentar compreender o que apenas devíamos fazer o esforço por aceitar e libertar.
Por isso é que esta música, este vídeo, me diz tanto.
Não somos todos um pouco aquela criança, em adultos agora, a lutar contra quem amamos, porque a confiança (em nós e nos outros) dói demais? Não estarão as pessoas que nos amam, tal como nós, a carregar em ombros nus pesos que deveríamos ter largado há tanto tempo? Quantas vezes escolhemos remexer no que cheira mal, apenas para ter a certeza de que tínhamos uma razão que nos é inútil?
Vivemos numa jaula de emoções...às vezes deixamos alguém entrar e a luta começa. Se ambos aprenderem, entre feridas e mordedelas, que têm mais a ganhar se se apoiarem em vez de se carregarem, é Felicidade. Senão...a saudade que era boa passa a ausência, a perda ansiosa a desilusão e o futuro que era esperança a memória triste.
Vamos amar(mo-nos) mais e quebrar o ciclo.
Tem de ser.
Agora.
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