Avançar para o conteúdo principal

Oh Tempo, volta pra trás!

Mas não volta. Nunca. Aprendemos isso quando percebemos o Tempo que perdemos a perder Tempo.

Trabalhamos no mínimo 8 horas por dia, para chegarmos a casa para trabalhar mais 4 horas, para vegetar mais 4, e dormir 8. À noite, de olhos fechados, perguntamos a nós mesmos:

Quanto Tempo me dei? Onde encaixei o tão merecido Me Time?  Terei amado os meus filhos o Tempo suficiente? Terei olhado nos olhos de quem amo o Tempo que essas pessoas merecem? Amanhã vou fazer por tirar Tempo ao Tempo. 

E o amanhã chega, e as 8 horas de trabalho, e mais as 4 horas em casa e ...Já conhecemos a história.

A Imortalidade está longe, temos o Tempo que temos (não sabemos bem quanto) e provavelmente vivemos num constante estado de ansiedade pelo Tempo que nos falta, e preguiça pelo Tempo que ainda nos resta.
Para mim, se há coisa que o Tempo (e a idade) me provaram é que Tempo não é dinheiro, é qualidade de vida! Dinheiro sem Tempo é 0, mas tanto se pode fazer sem dinheiro se tivermos Tempo.

Não creio que alguém, nos últimos momentos de vida, diga : Ah! Se eu tivesse mais dinheiro, teria dito mais vezes à minha família o quanto a amo!... Mas se falarmos de ter mais Tempo o caso já é outro: não é na realidade esse o maior desejo da nossa, na realidade brutal, tão curta vida? Mais Tempo para amar, para viver, para crescer, para aprender, para mudar, para realizar, para concretizar...

Mas o Tempo não se tem, arranja-se. O que estão dispostos a fazer para o arranjar? Mudar os vossos hábitos? Livrarem-se de abutres do Tempo que nada vos trazem de bom? Pensar menos em Euros e mais em Horas? Criar um plano? Cumpri-lo?

Quanto Tempo vão então investir para que um dia não digam que vos falta Tempo para serem felizes?

Dá que pensar. Ainda bem que ainda vamos a tempo.
Imagem retirada do Google

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Sobre o Caso Ronaldo

Quem me conhece sabe que não sou uma Feminista. Posso até parecer, por considerações do público geral, mas não sou nem me considero. Sou, sim, indubitavelmente Humanista e muito orgulhosa de ser Mulher. Não aceito o conceito de sexo fraco e muito menos a sensação de impotência que muitas vezes vem associada à palavra " vítima ". Não defendo quem acha que todo o flirt é assédio, nem uso tshirts com hashtags porque para mim cada caso é um caso e tornar um acontecimento numa tendência e uma tendência numa certeza absoluta nunca levou nada a lado nenhum que representasse uma real e profunda mudança de comportamentos.  Nunca como hoje se falou tanto de violência sexual, mas apesar de nos inícios dos movimentos sociais que por aí andam, como uma onda de mudança, tanta coisa boa e válida se ter dito, parece que agora novas marés trazem lixo generalista , daquele que envenena as boas causas. Isto dito, espero que não surjam equívocos sobre o que vou falar. Do caso em si p...

A Cusca Explica #1 - Porque é que as mulheres vão à casa de banho juntas?

Antes de mais, acho importante explicar de onde nasce esta rubrica... sabem, sou uma daquelas pessoas paranóicas que tem de encontrar justificação para tudo e assim sendo as pessoas tendem a perguntar-me de tudo um pouco e mesmo que não perguntem é mais forte do que eu: eu tenho de explicar.  Claro está que juntamente com esta minha mania das "ai isso é porque" também vem uma boa dose de imaginação fértil e tresloucada que dá origem a pérolas de conhecimento dignas de louvores. Aviso desde já que são explicações fictícias...melhor não usarem isto em exames de Sociologia, ´tá? Feitas as apresentações, vamos à pergunta do dia de hoje: Porque é que as mulheres vão à casa de banho juntas? Ora, nos tempos idos do Homo Erectus, nos primórdios da criação das pequenas comunidades sociais, as mulheres (fêmeas) eram responsáveis pela recolha de frutos e vegetais bem como pelo cuidar das crianças. Imagina-se, portanto, que andassem em conjunto em todas as situações, para apoio e segura...

Sobre o Casamento e a Maternidade (parte 2)

Ui... agora é que o caso se torna mais grave... Se escolher não casar já causa celeumas diversas, escolher não ter filhos eleva as discussões a um nível mais profundo. Luta pelo direito a frequentar os mesmos espaços que os homens, luta pelo direito ao voto, luta pela igualdade de direitos e condições de trabalho, luta, inclusive, pelo direito de poder escolher continuar ou terminar uma gravidez, mas e então a luta pelo direito de escolher não ter filhos sem sofrer represálias sociais ou familiares? É sobre essa que falamos hoje. A sociedade programa as mulheres para viverem no limbo entre a emancipação e a tradição. Exige de nós que sejamos suficientemente independentes para alimentarmos a economia, ao mesmo tempo que exige que continuemos a ser as principais cuidadoras do lar e das crianças. Mulher que cuida da casa e do marido é quadrada, antiquada, mas mulher que não passa a ferro e não cozinha é quase inútil. Mulher que trabalha muito é má mãe, mulher que não trabalha é pre...